PF Pede Reforço Orçamentário e Dobra de Efetivo em Audiência no Senado

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O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, solicitou ao Senado, nesta terça-feira (18), um aumento de 38% no orçamento da instituição para o próximo ano. O pedido foi feito durante sessão da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Crime Organizado, na qual Rodrigues também defendeu a necessidade de dobrar o efetivo da PF.

“Tudo que a polícia tem de recurso é R$ 1,8 bilhão [no ano de 2023], e eu entendo, e já fiz esse apelo para que, na LOA [Lei Orçamentária Anual] que está aqui, sob apreciação desta Casa, nós tenhamos um aumento desse valor para, ao menos, R$ 2,5 bilhões, para que a gente tenha melhores condições de fazer [o combate às facções]”, declarou o diretor-geral da PF.

Rodrigues enfatizou que o aumento dos recursos seria crucial para expandir as Forças Integradas de Combate ao Crime Organizado (FICCOs), forças-tarefas coordenadas pela PF em colaboração com as forças de segurança estaduais, visando combater facções, milícias e outras organizações criminosas.

Além da questão orçamentária, o diretor-geral da PF expressou preocupação com o tamanho do efetivo atual, composto por 13 mil policiais, incluindo 2 mil servidores administrativos. Embora haja previsão de incorporar mais 2 mil policiais após concurso público, Rodrigues acredita que o ideal seria dobrar o quadro previsto em lei, atingindo 30 mil policiais.

“Estimo que nós precisaríamos, para atender todas as demandas – aí pensando aqui a médio e longo prazos – ter o dobro desse efetivo para que a gente consiga, de fato, atender com ainda mais eficiência tudo aquilo que a gente faz”, justificou Rodrigues, lembrando que a PF também é responsável pelo controle de armas, emissão de passaportes, controle de produtos químicos, segurança bancária e imigração.

Durante a sessão, o chefe da PF criticou o texto do PL Antifacção, em análise na Câmara dos Deputados, alertando para a retirada de recursos de fundos federais, incluindo o Funapol, além de possíveis conflitos entre normas que prejudicariam o andamento de processos penais.

Rodrigues defendeu que a prioridade no combate às facções deve ser a descapitalização das organizações, a prisão de seus líderes e a maior integração entre as polícias do país, bem como a cooperação internacional. Segundo ele, o total apreendido de organizações criminosas saltou de R$ 1 bilhão em 2022 para R$ 6,4 bilhões em 2024.

O diretor-geral da PF também alertou para os desafios impostos pela digitalização da economia, com o uso de fintechs e criptomoedas, que facilitam as transações financeiras do crime organizado.

Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br

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