A trajetória da intelectual negra Luiza Bairros, falecida em 2016, é o tema central da exposição “Luiza Bairros: Lentes e Voz”, inaugurada nesta segunda-feira na Fundação Palmares, em Brasília. A mostra, definida como uma “feminagem” pela curadora Martha Rosa, da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, oferece um panorama da vida e obra de Luiza Bairros, com registros de sua atuação no movimento negro, cronologia de sua vida com fotos, destaque para sua participação na formulação de políticas públicas e sua atuação em instituições de movimentos sociais.
A exposição ganha um simbolismo especial por ser lançada na véspera da segunda Marcha Nacional das Mulheres Negras, evento que teve Luiza Bairros como uma de suas principais articuladoras e uma referência central do feminismo negro. O público poderá conferir registros da participação da ex-ministra da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial do Brasil, cargo que ocupou entre 2011 e 2014.
A mostra também apresenta peças produzidas por artistas plásticas de diversas cidades do país, que expressam suas visões sobre Luiza Bairros. Fernanda Bairros, sobrinha da intelectual, presente na inauguração, afirmou ser fruto do projeto político construído por sua tia, que dedicou a vida ao combate ao racismo e ao sexismo.
O presidente da Fundação Palmares, João Jorge, ressaltou o legado de Luiza e sua atuação na política institucional, afirmando que todas as mulheres na política atualmente são descendentes de Luiza Bairros e outras figuras importantes.
A ministra da Cultura, Margareth Menezes, que também participou do evento, lembrou de seu convívio com Luiza na Fundação Palmares. A ministra ressaltou a importância da exposição para aproximar as novas gerações da história e do legado de Luiza.
A filósofa Sueli Carneiro, amiga de longa data de Luiza Bairros, expressou a saudade que sente da ativista, destacando a importância de seu legado e sua inteligência, especialmente no contexto atual. Sueli Carneiro enfatizou que a exposição não é apenas uma rememoração, mas uma forma de manter vivo o legado da intelectual. A curadora Martha Rosa finalizou, afirmando que a exposição busca levar a luta histórica de Luiza a mais brasileiros, de todas as raças e etnias.
Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br