O lançamento do foguete sul-coreano Hanbit-Nano, a partir do Centro de Lançamento de Alcântara, no Maranhão, sofreu uma alteração em seu cronograma. A janela de lançamento, dentro da Operação Spaceward, foi estendida até o dia 22 de dezembro. A nova data estimada para a tentativa inicial de lançamento é 17 de dezembro, anteriormente prevista para o dia 22.
A Espacial Brasileira (AEB) destaca que o sucesso da operação representará a entrada do Brasil no mercado global de lançamento de foguetes, com potencial para impulsionar investimentos, geração de renda e desenvolvimento tecnológico.
O Hanbit-Nano, com 21,8 metros de altura, 1,4 metro de diâmetro e aproximadamente 20 toneladas, levará a bordo cinco satélites e três experimentos desenvolvidos por universidades e empresas brasileiras e indianas, com o objetivo de colocá-los em órbita.
A Operação Spaceward é coordenada pela AEB em colaboração com a Força Aérea Brasileira. Das oito cargas transportadas, sete são de origem brasileira e uma é estrangeira. Três cargas contam com apoio direto da AEB, incluindo os nanossatélites FloripaSat-2A e FloripaSat-2B, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), e o Sistema de Navegação Inercial (SNI-GNSS), criado por um consórcio de empresas.
O PION-BR2 – Cientistas de Alcântara, um satélite educacional desenvolvido pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA), em parceria com a AEB, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e a startup PION, também será lançado.
Segundo o diretor do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), a ampliação da janela de lançamento foi uma decisão conjunta, baseada em avaliações técnicas. O coordenador-Geral da Operação, Rogério Moreira Cazo, explica que os ensaios de validação dos sistemas de aviônica indicaram a necessidade de aprimoramentos no veículo antes do voo, ajustes comuns em missões inaugurais. A prorrogação permitirá também aprimorar o processamento dos sinais coletados do veículo espacial durante o lançamento.
O Hanbit-Nano é um veículo orbital de dois estágios que utiliza propulsão híbrida. Ele foi projetado para colocar até 90 quilos de carga útil em uma órbita de 500 quilômetros. No primeiro estágio, utiliza um motor híbrido de 25 toneladas de empuxo, alimentado por combustível sólido e oxidante líquido. O projeto envolveu a participação de 247 profissionais, incluindo 102 engenheiros com dedicação exclusiva, atuando em áreas como propulsão, motores a base de metano, sistemas de alimentação e controle e aviônicos.
Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br