A Dívida Pública Federal (DPF) registrou um aumento significativo em outubro, impulsionada principalmente pela emissão de títulos indexados à taxa de juros. Dados divulgados revelam que a DPF alcançou R$ 8,253 trilhões, um salto de 1,62% em relação aos R$ 8,122 trilhões registrados em setembro.
Este aumento marca um novo patamar para a dívida pública, que já havia ultrapassado a marca de R$ 8 trilhões em agosto. A Dívida Pública Mobiliária interna (DPMFi), composta por títulos, também apresentou crescimento, avançando 0,31% para R$ 7,948 trilhões.
O Tesouro Nacional informou que emitiu R$ 41,38 bilhões a mais em títulos do que resgatou no mês de outubro, com destaque para os papéis atrelados à Taxa Selic. Além disso, houve a apropriação de R$ 85,23 bilhões em juros, um mecanismo que incorpora a correção dos juros aos títulos e impacta o endividamento do governo. A emissão total de títulos da DPMFi no período alcançou R$ 162,59 bilhões.
A Dívida Pública Federal externa (DPFe) também registrou alta, subindo 1,17% para R$ 305,06 bilhões. A variação cambial, com a alta de 1,24% do dólar, contribuiu para esse aumento.
Em contrapartida, o colchão da dívida pública, reserva utilizada em momentos de instabilidade, se fortaleceu, passando de R$ 1,032 trilhão para R$ 1,048 trilhão, suficiente para cobrir 8,81 meses de vencimentos. Nos próximos 12 meses, o governo tem R$ 1,434 trilhão em títulos federais a vencer.
A composição da DPF também sofreu alterações. A participação de títulos vinculados à Selic subiu de 47,47% para 48,19%, enquanto os títulos corrigidos pela inflação tiveram leve queda, de 26,81% para 26,68%. Os títulos prefixados recuaram de 22,02% para 21,44%, e os atrelados ao câmbio diminuíram de 3,7% para 3,68%.
O prazo médio da DPF apresentou leve diminuição, passando de 4,16 para 4,14 anos. Já a composição dos detentores da Dívida Pública Federal interna mostra que as instituições financeiras detêm 32,21% do estoque, seguidas pelos fundos de pensão (22,97%), fundos de investimentos (21,21%) e não-residentes (10,46%). Apesar das tensões no mercado financeiro, a participação dos estrangeiros aumentou em relação ao mês anterior.
Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br