O Governo Central, composto pelo Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência Social, registrou um déficit primário de R$ 14,5 bilhões em setembro. Este resultado representa um aumento significativo em comparação com o déficit de R$ 5,2 bilhões observado no mesmo mês do ano anterior. O Tesouro Nacional informou que, corrigido pela inflação, o aumento real foi de 166,6%.
O desempenho negativo de setembro é atribuído ao crescimento das despesas em um ritmo superior ao das receitas. A receita líquida, após transferências para estados e municípios, apresentou um aumento real de 0,6%, equivalente a R$ 1,1 bilhão. As despesas totais, por outro lado, registraram um aumento de 5,7%, representando um acréscimo de R$ 10,2 bilhões.
O resultado de setembro ficou abaixo das expectativas do mercado financeiro. Analistas consultados pelo Ministério da Fazenda, na pesquisa Prisma Fiscal, projetavam um déficit de R$ 6 bilhões.
No acumulado do ano, o Governo Central acumula um déficit primário de R$ 100,4 bilhões. Embora expressivo, este valor é 9,1% menor do que o déficit de R$ 103,6 bilhões registrado no mesmo período do ano passado, já considerando a inflação. O resultado deste ano é composto por um superávit de R$ 185,9 bilhões do Tesouro Nacional e do Banco Central e um déficit de R$ 286,3 bilhões na Previdência Social.
O aumento da receita líquida foi impulsionado pela elevação real de 11,9% na arrecadação líquida destinada à Previdência Social. O Tesouro atribui esse resultado à dinâmica positiva do mercado de trabalho e ao aumento dos recolhimentos do Simples Nacional previdenciário.
As despesas discricionárias, aquelas não obrigatórias, apresentaram um aumento expressivo de 100,9%, equivalente a R$ 10,6 bilhões. Os pagamentos em ações de saúde e outras despesas foram os principais responsáveis por este crescimento.
Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br