A Cúpula dos Povos encerrou suas atividades na Universidade Federal do Pará, em Belém, com uma forte oposição a “falsas soluções” para a crise climática e um chamado urgente por uma transformação nos métodos de produção globais. O objetivo é assegurar justiça social, soberania e a efetiva participação da população.
O evento, que teve início no dia 12 de novembro, reuniu cerca de 20 mil participantes, oferecendo uma programação paralela à 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30).
A programação incluiu painéis, mesas redondas e diversas atividades coletivas. A abertura foi marcada por uma barqueata na Baía do Guajará, com a participação de aproximadamente 5 mil pessoas em 250 embarcações. A Cúpula também foi palco de uma passeata que reuniu diversos movimentos sociais e, segundo os organizadores, atraiu 70 mil pessoas.
Uma declaração, elaborada ao longo de dois anos com a colaboração de povos de diversas partes do mundo e assinada por mais de mil organizações sociais e movimentos políticos, foi apresentada e entregue ao presidente da COP30.
O documento critica o modelo de produção global, ressaltando que este e outros processos alinhados à lógica capitalista, como a transição energética e as soluções apresentadas nas negociações formais das COPs, não atendem às necessidades da população.
Para os organizadores, a lógica do capital permite que grandes empresas influenciem a tomada de decisões e a formulação de políticas públicas, resultando em “falsas soluções” para a crise climática. Eles defendem que a organização dos povos é o caminho para solucionar a crise e enfatizam que a privatização e a mercantilização dos bens comuns e dos serviços públicos são contrárias aos interesses da população em todo o mundo.
O presidente da COP30 se comprometeu a levar a declaração aos espaços de negociação.
Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br