A América Latina enfrenta um aumento alarmante de incidentes cibernéticos, posicionando-se como a região com o crescimento mais rápido nesse tipo de ameaça. Um levantamento recente aponta um aumento de aproximadamente 25% ao ano entre 2014 e 2023.
Nos últimos doze meses, foram bloqueados mais de 726 milhões de ataques de malware, o que equivale a quase dois milhões de tentativas diárias, ou seja, 23 ataques a cada segundo. Em média, isso representa mais de uma infecção por habitante na região.
Entre os tipos de malware mais frequentes, destacam-se os adwares, que inundam dispositivos com publicidade indesejada; os trojans, que se disfarçam de programas legítimos para causar danos; e os stealers, especializados em roubar informações pessoais, incluindo senhas e dados financeiros.
Instituições governamentais são os alvos preferenciais dos ataques de malware, representando quase 42% dos casos. Outros setores impactados incluem a indústria (18,87%), o varejo (4,47%), a educação (3,50%), a agricultura (3,03%), a saúde (2,69%) e a tecnologia da informação (1,83%).
O phishing, técnica que utiliza mensagens fraudulentas para induzir vítimas a instalar aplicativos maliciosos ou compartilhar dados, também registra um aumento expressivo. No último ano, foram bloqueadas 1,29 bilhão de tentativas, quase o dobro do ano anterior. O Brasil concentra grande parte desses ataques, com 553 milhões de tentativas, representando 42,8% do total.
O ransomware, que bloqueia o acesso aos dados da vítima exigindo resgate, contabilizou mais de 1,1 bilhão de incidentes. Além disso, os trojans bancários, que visam o roubo de dinheiro diretamente das contas, permanecem como uma ameaça significativa, com 1,8 milhão de ataques bloqueados.
Estima-se que as perdas decorrentes de ataques de trojans bancários no Brasil alcancem a cifra de US$ 2 bilhões. Das 22 famílias de trojans mais comuns, dez têm origem brasileira, com foco crescente em dispositivos móveis Android.
Especialistas alertam que o modelo tradicional de proteção, baseado exclusivamente em antivírus, já não é suficiente. A defesa eficaz requer apoio especializado, conhecimento aprofundado sobre as ameaças e a implementação de múltiplas camadas de proteção.
Fonte: www.infomoney.com.br