O encontro entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ocorrido no domingo (26) em Kuala Lumpur, Malásia, é considerado um marco no processo de reaproximação entre os dois países. A avaliação é do presidente em exercício e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, que classificou a reunião como o “passo mais importante” nessa nova fase.
Segundo Alckmin, este primeiro diálogo direto entre os dois líderes desde o retorno de Trump à Casa Branca, abriu caminho para destravar negociações técnicas cruciais, abordando questões como tarifas, investimentos e cooperação econômica bilateral. “O passo político foi dado com brilho e louvor. Agora é hora de avançar no lado técnico e estabelecer a pauta de trabalho”, declarou Alckmin.
A prioridade do governo brasileiro é a remoção da sobretaxa de 40% imposta pelos Estados Unidos a produtos nacionais desde agosto, medida considerada “inadequada” por Alckmin, que afeta importantes setores industriais e do agronegócio brasileiro. “Essas tarifas de 10% mais 40% são totalmente desproporcionais. A tarifa média do Brasil para os Estados Unidos é de apenas 2,7%. Precisamos resolver isso rapidamente”, enfatizou.
O Ministério do Desenvolvimento estima que cerca de 34% dos US$ 40 bilhões exportados pelo Brasil aos EUA no último ano foram impactados pelas sobretaxas. O governo busca a suspensão temporária das tarifas durante as negociações, além de ampliar a lista de produtos isentos, como o café, atualmente sujeito a uma tarifa de até 50%.
Além das tarifas, os dois governos estão em discussões sobre temas não tarifários, como a instalação de datacenters no Brasil e a atração de investimentos em energia renovável. Alckmin defende a aprovação da medida provisória dos datacenters, vista como essencial para atrair capital estrangeiro.
Trump, durante viagem ao Japão, classificou o encontro com Lula como “muito bom”, mas evitou prometer o fim imediato das tarifas. Lula, por sua vez, manifestou otimismo em relação a um futuro acordo entre os dois países.
Alckmin concluiu que o encontro Lula-Trump representa “um marco político que reposiciona o Brasil no cenário internacional” e “uma importantíssima aproximação entre as duas maiores democracias do Ocidente.”
Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br