Uma pesquisa abrangente, envolvendo mais de 2,3 milhões de estudantes em 21 mil escolas por todo o país, lança luz sobre as percepções dos alunos nos anos finais do ensino fundamental (6º ao 9º ano), fase considerada crucial na transição da infância para a adolescência.
Os dados revelam que, embora a maioria dos alunos (mais da metade) se sinta acolhida no ambiente escolar, o respeito e a valorização dos professores não acompanham essa tendência positiva. Menos de 40% dos estudantes afirmam valorizar o papel do professor.
A pesquisa, fruto de uma colaboração entre o Ministério da Educação (MEC), o Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), a União dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) e o Itaú Social, coletou opiniões dos alunos por meio de questionários e dinâmicas coletivas durante a Semana da Escuta das Adolescências nas Escolas, que mobilizou 46% das instituições de ensino que oferecem os anos finais nas redes municipais, estaduais e distrital.
O estudo segmentou os alunos em dois grupos: 6º e 7º anos (alunos mais novos) e 8º e 9º anos (alunos mais velhos), revelando contrastes significativos nas respostas. De modo geral, estudantes dos 8º e 9º anos têm uma visão menos positiva sobre a escola em comparação com os mais jovens.
No que diz respeito ao acolhimento, 66% dos alunos mais novos afirmam se sentir acolhidos pela escola, enquanto esse número cai para 54% entre os mais velhos. A confiança em adultos na escola também apresenta disparidade, com 75% dos alunos dos 6º e 7º anos confiando em pelo menos um adulto, contra 58% que se sentem acolhidos por eles. Entre os alunos dos 8º e 9º anos, o percentual de acolhimento diminui para 45%.
Quanto à socialização, 65% dos alunos mais novos concordam que a escola favorece amizades e interações sociais, em comparação com 55% dos mais velhos. Embora a grande maioria dos estudantes (mais de 80%) tenha amigos na escola, apenas 39% dos mais novos e 26% dos mais velhos afirmam respeitar e valorizar os professores.
Em relação aos conteúdos considerados importantes para o desenvolvimento, os alunos mais novos priorizam as disciplinas tradicionais, seguidas por temas relacionados ao corpo e socioemocional, habilidades para o futuro e direitos e sustentabilidade. Entre os alunos mais velhos, a ordem de prioridade é semelhante, com as disciplinas tradicionais liderando, seguidas por corpo e socioemocional, habilidades para o futuro e direitos e sustentabilidade.
Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br
