O Memorial da Resistência, em São Paulo, e o Real Forte Príncipe da Beira, em Rondônia, foram incluídos na Lista Internacional de Bens Culturais sob Proteção Reforçada da Unesco. A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) reconheceu o valor histórico e a importância cultural dos dois locais para suas respectivas regiões.
A distinção visa promover a proteção de bens culturais de relevância internacional, não apenas em situações de conflitos armados, mas também em contextos que ajudam a preservar a memória em disputas e conflagrações.
Para ser considerado um bem cultural excepcional e de grande importância para a humanidade, são levados em conta sua influência e papel simbólico em pelo menos um período histórico, o patrimônio protegido a nível nacional por meio de medidas legais e administrativas que garantam sua proteção, e a garantia de que o local não será utilizado para fins militares.
O edifício que abriga o Memorial da Resistência funcionou como o Departamento de Ordem Política e Social de São Paulo (Deops/SP) entre 1939 e 1983, sendo responsável pela perseguição e combate a opositores políticos em diferentes governos, principalmente durante o governo de Getúlio Vargas e os governos militares a partir de 1964. Atualmente, o museu é dedicado à pesquisa, preservação e divulgação da memória política de repressão e resistência brasileira, à educação cidadã ativa e à valorização dos direitos humanos. A Unesco reconhece o papel único e insubstituível do Memorial na preservação da memória política brasileira, como um símbolo da luta pela democracia e um espaço dedicado à preservação histórica e à educação em direitos humanos. Aberto para visitação gratuita desde 2009, o espaço promove o direito à memória e a construção de uma cultura de não-repetição.
O Real Forte Príncipe da Beira, considerado o maior forte português fora da Europa, foi tombado como patrimônio histórico pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 1950. Inaugurado em 1783, o forte está localizado a 735 quilômetros de Porto Velho, na margem direita do Rio Guaporé, próximo à fronteira com a Bolívia. Além da relevância histórica, o Forte está integrado à cultura do estado. No ano passado, o local recebeu os festejos finais de Pentecostes, parte da Festa do Divino Espírito Santo, uma manifestação cultural em processo de registro como Patrimônio Cultural Imaterial. A festa, que ocorre há mais de 130 anos no Vale do Guaporé, percorre um trajeto fluvial de cerca de 50 dias, visitando dezenas de comunidades ribeirinhas.
Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br