O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, comentou sobre a conversa telefônica recente com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O diálogo, segundo Trump, abordou temas como sanções – em referência às medidas de sua administração relacionadas ao processo judicial contra o ex-presidente Jair Bolsonaro – e comércio.
Em declarações a repórteres na Casa Branca, Trump descreveu a conversa como “ótima”. Ele ainda revelou ter discutido as sanções impostas anteriormente em relação a certos acontecimentos.
Além disso, Trump expressou, por meio de uma publicação nas redes sociais, seu entusiasmo em se encontrar e conversar com Lula em breve, demonstrando otimismo em relação aos frutos que podem surgir desta parceria. “Muita coisa boa resultará desta parceria recém-formada!”, afirmou o ex-presidente.
A Presidência da República informou que Lula manifestou, durante o telefonema, o desejo de acelerar as negociações para a remoção da sobretaxa de 40% imposta pelo governo norte-americano sobre alguns produtos brasileiros. Lula e Trump também dialogaram sobre a cooperação no combate ao crime organizado. O Palácio do Planalto classificou a conversa como “muito produtiva”, com duração de 40 minutos.
Em novembro, os Estados Unidos retiraram 238 produtos da lista de tarifas, incluindo café, chá, frutas tropicais, sucos de frutas, cacau, especiarias, banana, laranja, tomate e carne bovina.
Lula enfatizou que, embora a decisão do governo americano seja positiva, ainda há outros produtos tarifados que necessitam de discussão entre os dois países, e que o Brasil busca um avanço rápido nessas negociações.
A imposição de tarifas ao Brasil reflete a política da Casa Branca de elevar as tarifas contra parceiros comerciais. Em abril, Trump impôs barreiras alfandegárias com base no déficit americano com cada nação, aplicando uma taxa inicial de 10% ao Brasil, devido ao superávit dos EUA. Posteriormente, isentou produtos agrícolas específicos.
Em agosto, entrou em vigor uma tarifa adicional de 40% contra o Brasil, em resposta a decisões consideradas prejudiciais às empresas de tecnologia americanas e em relação ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro. As recentes mudanças nas tarifas foram influenciadas pelo diálogo entre Trump e Lula, incluindo um encontro na Malásia e negociações entre as equipes de ambos os países.
O Brasil busca retirar mais produtos da lista de tarifas, priorizando produtos industriais, especialmente bens de maior valor agregado. Temas não tarifários, como terras raras, big techs, energia renovável e o Regime Especial de Tributação para Serviços de Data Center, também estão em discussão.
Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br