A indústria brasileira registrou um leve crescimento de 0,1% em outubro, interrompendo a trajetória de queda observada no mês anterior. O desempenho positivo foi impulsionado, principalmente, pelo aumento na produção de petróleo, minério de ferro e gás natural.
Os dados, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelam que a indústria nacional acumula alta de 0,9% nos últimos 12 meses. Apesar do crescimento, o ritmo anual apresenta uma desaceleração, marcando o menor índice desde março de 2024, quando atingiu 0,7%. Em comparação com outubro do ano anterior, houve uma retração de 0,5%. A média móvel trimestral, por sua vez, indica um aumento de 0,1% em relação ao trimestre encerrado em julho.
O nível de produção industrial em outubro superou em 2,4% o patamar pré-pandemia (fevereiro de 2020), embora permaneça 14,8% abaixo do pico alcançado em maio de 2011.
Entre as 25 atividades industriais pesquisadas, 12 apresentaram expansão na produção entre setembro e outubro. Destaque para as indústrias extrativas (3,6%), produtos alimentícios (0,9%), veículos automotores, reboques e carrocerias (2%), produtos químicos (1,3%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (4,1%) e confecção de artigos do vestuário e acessórios (3,8%).
Por outro lado, algumas atividades registraram queda, como produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-10,8%), produção de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-3,9%), impressão e reprodução de gravações (-28,6%) e produtos do fumo (-19,5%).
Analistas apontam que a política monetária restritiva, com elevadas taxas de juros, tem dificultado um avanço mais expressivo da indústria, impactando a concessão de crédito e, consequentemente, o crescimento econômico. A taxa básica de juros, atualmente em 15% ao ano, busca conter a inflação, que permanece acima da meta estabelecida pelo governo.
Apesar dos desafios, o mercado de trabalho tem apresentado resultados positivos, com menores índices de desemprego, o que contribui para o desempenho da indústria.
Alguns setores mencionaram o impacto das tarifas americanas sobre a produção, com destaque para o segmento de madeira. Outros setores que relataram sentir os efeitos das tarifas foram calçados, minerais não metálicos e máquinas e equipamentos. Contudo, a política de juros altos é considerada um obstáculo mais significativo para a produção industrial.
Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br
