Conecta PretaLab: Mulheres Negras Dominam a Inteligência Artificial em São Paulo

Crédito: agenciabrasil.ebc.com.br

O evento Conecta PretaLab, inaugurado nesta terça-feira (2), em São Paulo, oferece oficinas práticas e debates sobre o uso da inteligência artificial (IA) para mulheres negras. O objetivo é demonstrar como a tecnologia pode simplificar tarefas e abrir novas oportunidades.

No Sesc Pompeia, mulheres negras da PretaLab, iniciativa do Olabi, conduzirão workshops ensinando outras mulheres a utilizar a IA em dispositivos móveis, computadores e no ambiente de trabalho. Muitas das instrutoras descobriram a tecnologia por meio do projeto e agora compartilham seu conhecimento. O evento é gratuito e aberto ao público.

A abertura do Conecta contou com a mesa “Inteligência artificial e justiça social”, com a participação de Jurema Werneck, diretora-executiva da Anistia Internacional Brasil; Mayara Ferrão, artista visual especializada em arte e IA; e Silvana Bahia, codiretora do Olabi e especialista em tecnologia e inclusão.

Silvana Bahia enfatiza que, embora a inteligência artificial esteja presente no cotidiano, o acesso a essa tecnologia é desigual, beneficiando principalmente aqueles que já têm familiaridade com o ambiente digital, boa conectividade e recursos para experimentar.

Durante as oficinas, nos dias 6 e 7 de dezembro, as facilitadoras apresentarão ferramentas de IA para auxiliar na criação de currículos, organização de planilhas, revisão de textos, criação de artes para pequenas empresas, preparação para exames e planejamento financeiro. A intenção é compartilhar informações de maneira simples e acessível, oferecendo a muitas participantes o primeiro contato direto com essas ferramentas. As inscrições podem ser feitas no do Sesc.

O Conecta PretaLab parte do princípio de que as mulheres negras devem ocupar um lugar central na discussão sobre inteligência artificial, o que só acontecerá se tiverem acesso, educação, segurança e espaço para aprender e experimentar. Mulheres que buscam usar a tecnologia para facilitar a vida, impulsionar seus negócios, estudar ou empreender, mas que nunca se consideraram “pessoas da tecnologia” são o foco do projeto, segundo Silvana.

A inteligência artificial, de acordo com Silvana, reflete as desigualdades existentes no país, reproduzindo as mesmas estruturas que afetam a educação, o mercado de trabalho e o acesso à cultura. Como a IA é construída com base em dados e prioridades de grupos restritos, grande parte da sociedade é excluída desde o início. A ausência de mulheres negras, pessoas periféricas e indígenas na construção dessas tecnologias resulta em impactos negativos ainda maiores para esses grupos.

Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br

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