A Black Friday deste ano deve impulsionar o comércio brasileiro a um volume recorde de R$ 5,4 bilhões. A estimativa aponta para um crescimento de 2,4% em comparação com os R$ 5,27 bilhões movimentados no ano anterior, já considerando a inflação do período.
Embora a data oficial seja uma sexta-feira, o impacto da Black Friday se estende ao longo de todo o mês de novembro, caracterizando o comportamento do consumidor brasileiro. O evento já ocupa o quinto lugar no ranking das datas mais importantes para o comércio, superado apenas pelo Natal, Dia das Mães, Dia das Crianças e Dia dos Pais.
Os setores com maior expectativa de vendas são hiper e supermercados (R$ 1,32 bilhão), eletroeletrônicos e utilidades domésticas (R$ 1,24 bilhão), móveis e eletrodomésticos (R$ 1,15 bilhão), vestuário, calçados e acessórios (R$ 950 milhões), farmácias, perfumarias e cosméticos (R$ 380 milhões), e livrarias, papelarias, informática e comunicação (R$ 360 milhões).
A projeção otimista é influenciada por fatores como a desvalorização do dólar, a diminuição da inflação e o aumento do emprego e da renda média do trabalhador. A taxa de desemprego atingiu 5,6% no último trimestre, o menor nível desde 2002.
Entretanto, o alto nível dos juros e o endividamento das famílias podem limitar um crescimento ainda maior nas vendas. A taxa média de juros das operações de crédito livre para pessoas físicas atingiu 58,3% ao ano, o maior patamar desde 2017. Além disso, 30,5% das famílias apresentam contas em atraso.
Para auxiliar os consumidores, um levantamento de preços indicou que 70% dos itens de diversas categorias apresentam potencial de redução de preço, com tendência de queda superior a 5%. Papelaria, livros, joias, bijuterias e perfumaria lideram a lista de descontos.
É importante que os consumidores redobrem a atenção durante a Black Friday, devido ao aumento de golpes e fraudes. A Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) oferece um guia com orientações para evitar ser enganado. Desconfiar de descontos irreais, checar a reputação da loja, verificar prazos de entrega e políticas de reembolso, e preferir sites seguros são algumas das dicas. Em caso de suspeita de propaganda enganosa, o consumidor pode denunciar em canais oficiais.
Com o avanço da inteligência artificial, identificar golpes se tornou mais desafiador. Anúncios com celebridades em contextos incomuns, mensagens formais com erros sutis, perfis falsos com aparência profissional e imagens ou logotipos distorcidos são sinais de alerta.
Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br
