O programa governamental Eco Invest Brasil, voltado para investimentos sustentáveis, anunciou que seu próximo leilão terá foco exclusivo na região amazônica. O lançamento do edital da quarta rodada ocorreu durante a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), em Belém.
O leilão, previsto para o início de 2026, busca mobilizar até US$ 4 bilhões por meio da combinação de recursos públicos e privados, utilizando um modelo de financiamento misto. A iniciativa envolve capital catalítico, com participação do governo e instituições financeiras privadas, priorizando o retorno social dos projetos além do retorno de mercado.
O programa é coordenado pelos ministérios da Fazenda e do Meio Ambiente e Mudança do Clima, com apoio do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e da Embaixada do Reino Unido. A iniciativa integra o Plano de Transformação Ecológica, buscando consolidar o Brasil como líder na economia de baixo carbono.
Pela primeira vez, o Eco Invest Brasil direcionará recursos exclusivamente para a Amazônia, visando fortalecer cadeias produtivas sustentáveis que gerem renda, inclusão social e competitividade, em contraposição a atividades ligadas ao desmatamento. A rodada foi desenhada para alcançar pequenas empresas, cooperativas, comunidades tradicionais e produtores locais, que geralmente enfrentam dificuldades para acessar financiamentos de grande porte.
Os projetos deverão se concentrar em três setores prioritários: bioeconomia, que inclui cadeias da sociobiodiversidade, bioindústrias, insumos sustentáveis e restauração ecológica e produtiva; turismo ecológico sustentável, com foco na atração internacional; e infraestrutura habilitante, incluindo investimentos em energia renovável descentralizada, conectividade digital, transporte e logística.
O Tesouro Nacional emprestará recursos às instituições financeiras vencedoras a juros de 1% ao ano, exigindo que essas instituições captem um volume de capital privado quatro vezes maior que o valor recebido, com um mínimo de 60% de origem estrangeira. Adicionalmente, o Tesouro oferecerá um incentivo extra equivalente a 20% do valor levantado, a ser aplicado em assistência técnica e capacitação.
Para mitigar riscos cambiais, o BID, por meio do Banco Central, disponibilizará US$ 3,4 bilhões em derivativos. O governo espera mobilizar até US$ 1 bilhão em recursos públicos e até US$ 3 bilhões em capital privado. A documentação do leilão será publicada em breve, com a apresentação das propostas e o anúncio dos vencedores previstos para o início de 2026.
Criado na COP28, em 2023, o Eco Invest Brasil já realizou três leilões, mobilizando mais de R$ 75 bilhões.
Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br