A Justiça da Inglaterra agendou para os dias 17 e 18 de dezembro audiências cruciais para definir o cronograma e os próximos passos do processo judicial que busca responsabilizar a mineradora anglo-australiana BHP pelo desastre ambiental provocado pelo rompimento da barragem da Samarco, em Mariana, Minas Gerais.
Na última sexta-feira (14), a BHP foi condenada pelo Tribunal Superior de Justiça de Londres pelo crime, que ocorreu há dez anos, em 5 de novembro de 2015. A empresa é acionista da Samarco, responsável pela Barragem de Fundão, que se rompeu, liberando cerca de 60 milhões de metros cúbicos de rejeitos de minério de ferro.
As audiências para mensurar os prejuízos causados às vítimas estão previstas para outubro de 2026 e devem durar aproximadamente seis meses. Alguns casos específicos serão usados como referência para calcular os danos a outras pessoas em situações similares, já que muitas vítimas não conseguem comprovar individualmente suas perdas.
Um exemplo citado é o de um pescador que sofreu perdas materiais e de laços comunitários, cujo caso poderá ser usado como parâmetro para dimensionar as reparações devidas a outros indivíduos.
De acordo com informações, a quantificação dos danos envolverá municípios, comunidades tradicionais, comunidades quilombolas, pessoas que perderam suas casas, familiares e o acesso à água.
O rompimento da barragem da Samarco resultou em 19 mortes, devastação de plantações, residências e ecossistemas, além da grave poluição da bacia do Rio Doce. O desastre afetou tanto municípios mineiros quanto cidades capixabas, atingindo a foz do rio e o Oceano Atlântico.
Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br